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domingo, 29 de agosto de 2010

MAFIA WARS


Um amigo me chamou para "brincar" em um aplicativo do Facebook chamado MAFIA WARS.
Como só li o convite e não tive tempo de ver a real situação da coisa, fiquei imaginando como me sairia numa situação destas. E aí começou minha saga...
- Ao acordar muito cedo para trabalhar lembro da MÁFIA dos donos de academia, que exaurem seus funcionários com salários minguados e direitos trabalhistas suprimidos, além de chantagens e pressão constante sobre a manutenção da sua vaga, afinal qualquer estagiário pode entrar e ganhar a metade do que você ganha.
- Chego na cozinha e me deparo com a MÁFIA do agronegócio. Vejo aquelas frutas e lembro dos massacres no campo, das sementes transgênicas, do excesso de agrotóxicos que somos obrigados a relevar, da falta de reforma agrária em nome do mercado e da balança comercial.
- Ao me vestir para sair, me deparo com a MÁFIA das vestimentas, com tênis, bermudas e camisas feitas com materiais suspeitos, em países miseráveis, onde podem contratar trabalhadores semi-escravos e receber doações generosas e isenções de impostos dos governos corruptos.
- Desço à garagem do prédio pra pegar minha bicicleta e saio pelo labirinto dos carros, aprisionado pela MÁFIA das montadoras de automóveis. Empurram você no abismo do consumismo desenfreado, convencido de que é necessário gastar seu dinheiro com aquilo, mostrar seu brinquedinho ao mundo, acelerar seus hormônios ao máximo em três segundos, sentar sua bunda inútil no banco de couro.
- Ao sair na rua, quase sou atropelado e morto pelo motorista insano que serve à MÁFIA dos transportes urbanos. Ônibus, vans, trens, barcas etc. são o pé de meia essencial nas campanhas políticas. É o financiamento das mesmas que permite aos "empresários" manter um péssimo serviço, com preço duvidoso, com concessões prorrogadas ad infinitum.
- Passo pelo "flanelinha" da área, da MÁFIA da extorsão generalizada e disseminada pelos subhumanos que perambulam pela cidade, emendando aí fiscais do governo, policiais regulares da área e demais inúteis do poder público.
- Quando chove muito ou estou atrasado, vou de táxi, usando a MÁFIA dos amarelinhos. Aquele taxímetro, aquela tabela, aqueles preços, aqueles piratas, aqueles que espancam até à morte os que invadem seu território, os piratas, os que fazem o caixa dois com os gringos e desavisados etc. etc. etc.
- Ligo o celular e me rendo à MÁFIA das telecomunicações. lembrando das privatizações-doações de FHC e sua gangue (Il capo dei capi por oito anos) e de como ficamos à mercêdos valores arbitrários em quase todas as ações tomadas pelas empresas.
- Após a primeira aula, que ´na praia, fico por lá, pegando onda, nadando ou gastando tempo junto à MÁFIA dos barraqueiros e fiscais da orla.
Partindo para a segunda etapa do trabalho, me deu tanta tristeza de ver que eu era campeão do MAFIA WARS sem nunca ter jogado que lembrei da frase de Juca Chaves: se eu fosse burro seria mais feliz!
Mas a maior MÁFIA de todas é a dos politicanalhas que dominam o país a mais de cinco séculos, nos amarram no voto obrigatório, na ignorância generalizada, nos 70% de analfabetos funcionais do país, miséria, desilusão, BBB's< novelas, drogas e cosumismo, sua principal arma!

2 comentários:

  1. Marcus, bem sacada e contundente a relação entre o jogo e a vida real. Você escreveu procurando abranger seu cotidiano e encontrou um mundo de máfia, todas muito bem (mal) representadas, mas jamais esgotaria o assunto. A criatividade do homem para o egoísmo, crueldade e ganância é ilimitada. Esse é o mundo em que vivemos. Há esperança? Não, não há.
    Marcos Mendes

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  2. "Pra fazer o seu domingo mais feliz"... sério? rsrsrsrs é de chorar!
    Abração e continue assim!

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