NA SOMBRA...

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domingo, 24 de outubro de 2010

FRANCISCO BOSCO I (reproduçao do O Globo de 20/10/10


AS DROGAS E A REALIDADE
"Os alcoóis operam dentro da realidade, amaciando-a, afrouxando as cordas em que todo sujeito, mais ou menos neurótico, vive cotidianamente amparado e enlaçado> A realidade protege (do nada) e oprime (frustarndo pulsões). O álcool a dilui, dissipa sua autoride, cobre com algodões, "névoas benéficas", sua excessiva claridade. Abre-se aí uma distância dentro da realidade, e a margem que fica pra trás é a do desgosto da pórpia realidade. Essa é a ação positiva do álcool, "The power of positive drinking", como disse Lou Reed. Como tdas as forças, o álcool também está submetido à li dialética: suas ações maléficas são o revirar-se desse mesmo princípio de abrandamento da realidade, quando levado ao excesso: a perda progressiva do compromisso cm o princípio da realidade, no alcoolismo, ou as atitudes qie infringem demasiadamente as balizas morais a que prestamos contas uma vez a realidade retome as rédeas. Caso banal da ressaca moral. Assim, os alcoóis todos se situam no campo do abrandamento da realidade e, no limite, no alcoolismo, num banadono das negociações com o p´rincípio de reaidade (à vigência, incontrastada, do princípio do prazer, chama-se precisamente vício)."