NA SOMBRA...

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Água


Roubaram a água.
Creio que já chorei por aqui sobre o desperdício dos mananciais da floresta encantada, mas ultimamente, como ando muito pela cidade, resolvi visitar os açudes e igarapés que fizeram minha infância subaquática, quase anfíbia.
SUMIRAM!
E o que restou se transformou num rastro de bosta!
Açudes inteiros aterrados e cimentados, áreas alagadiças transformadas em ruas (a Baixada da Habitasa todo ano recebe visitas do Rio Acre), igarapés que cortavam a cidade toda sumiram do mapa, sem deixar vestígios.
Alguns, como o velho CHico, resistem bravamente, virando depósito de lixo e esgoto. Apesar dos esforços hercúleos dos órgãos competentes, a ação humana invadindo e desmatando áreas de proteção permanente à beira desses leitos, acaba por transformar tudo em nada.
Há meses acompanho uma APP no Bairro Conquista. Em pouco mais de dois meses, quatro casas subiram em aterros irregulares às margens do pequeno igarapé que, como tantos outros, parece estar com os dias contados...
E o que nos sobra? CALOR!
Cimento.
Asfalto.
Sem árvores.
Sem água.
Sem frutas.
Sem peixes.
A cidade está se transformando num grande seringal, dependente de tudo o que venha de caminhão pro armazém do Seu Menino, lá dos sudestes do país.
Quando eu imaginei que entraria em um mercado pra comprar banana? Caju? Melancia?
Já pode sentar e chorar (mesmo sem ter lido nem gostar de Pau no Coelho?)

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